#SetembroAmarelo💛 Sinais depressivos que podem levar ao suicídio
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Seguimos com a série de conteúdos sobre o #SetembroAmarelo: mês mundial de prevenção do suicídio. Por muito tempo, o assunto foi censurado e até hoje ainda existem muitos preconceitos. Graças a campanhas e muito diálogo, já é possível identificar e até ajudar a prevenir para que os quadros de depressão não evoluem para algo mais grave.
Veja também: #SetembroAmareloSuicídio e a angústia da juventude
O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial que afeta indivíduos de diferentes origens, faixas etárias, condições socioeconômicas, orientações sexuais e identidades de gênero. De acordo com a análise da psicóloga da Santa Casa de Mauá, Valéria Xavier.
“O suicídio pode ser prevenido. Reconhecer os sinais é o primeiro passo. No caso de crianças e adolescentes, são necessárias ações de apoio que contribuam para a prevenção das violências interpessoal e autoprovocada”, explica.
O suicídio representa 1,4% de todas as mortes no mundo e entre os jovens de 15 a 29 anos, em 2017, foi a segunda causa de morte, segundo estudos da Organização Mundial da Saúde. No Brasil, entre 2011 e 2016, houve maior predominância de autoagressão e tentativa de suicídio na adolescência, entre 10 e 19 anos. Os públicos mais vulneráveis são LGBTI+, indígenas, negros, situação de rua, entre outros.
Vale ressaltar que a violência autoprovocada leva à ideia suicida, momento em que o suicídio é visto como uma saída para o sofrimento. No caso de crianças e adolescentes, isso pode acontecer quando há depressão grave, baixa autoestima, humor deprimido, incapacidade de ver melhora na situação, sentimento de que não há motivos para viver ou chance de ser feliz.
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Alguns sinais começam com a autoagressão, um ato intencional de automutilação ou outras formas de causar dano a si mesmo, sem intenção de morte. Por vezes, crianças e adolescentes relatam que se autoagridem para controlar ou aliviar uma dor emocional. Já na tentativa de suicídio, o indivíduo se autoagride com a intenção de tirar a própria vida, utilizando um meio que acredita ser letal, sem resultar em óbito. No suicídio, o ato de tirar a própria vida é deliberado, com desfecho fatal.
Alguns fatores podem aumentar o risco de autoagressão ou tentativa de suicídio como histórico de transtorno mental; bullying; situação atual ou anterior de violência intra ou extrafamiliar; história de abuso sexual; suicídio na família; baixa autoestima; uso de álcool e outras drogas.
Em situações normais, as redes sociais ajudam os jovens a se expressarem e se comunicarem. “Há muitas experiências online que podem estar relacionadas ao comportamento suicida, incluindo humilhação, assédio, extorsão sexual, problemas de imagem corporal e medo de exposição. Por outro lado, as novas tecnologias digitais também são usadas para disponibilizar suporte interativo para acolher, como por exemplo, os serviços de aconselhamento online”, orienta a profissional.
Alguns alertas podem identificar o comportamento suicida como a preocupação com a própria morte ou falta de esperança; ideias ou de intenções suicidas; ausência de autocuidado; mudanças na alimentação e sono; uso abusivo de drogas e álcool; alterações nos níveis de atividade ou de humor; crescente isolamento e diminuição do rendimento escolar. Também é importante estar alerta para os sinais de autoagressão como nas mudanças no vestuário para cobrir partes do corpo.
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Vale lembrar que a maioria dos que tentam o suicídio dão sinais sobre suas ideias de morte; uma tentativa prévia é o principal fator de risco para o suicídio; falar sobre suicídio não aumenta seu risco; nem todas as pessoas que tiram a vida tem transtorno mental já que comportamento suicida indica profundo sofrimento. Muitas vezes, a pessoa não deseja a morte, mas uma saída para o seu sofrimento.
“Assim quando houver alguma suspeita de uma pessoa ser suicida, três passos são importantes: perguntar e tratar com seriedade o que é dito, agir com respeito e empatia, não julgar, certificar-se de que a criança ou adolescente compreende os limites da confidencialidade; ouvir com atenção; cuidado com a expressão corporal – não fique chocado; ouça primeiro e depois ofereça apoio”, finaliza a psicóloga.