O que fazer pra tirar meus filhos do celular?

Cada vez mais cedo tenho visto crianças deixando de lado qualquer tipo de brincadeira – sem qualquer saudosismo de quem já passou dessa fase – para ficar com em frente a TV ou com celulares e tablets na mão.

O tempo passou pra mim e para muitos de vocês, mas até hoje os especialistas afirmam que brincar na rua, pular corda, soltar pião, jogar bolinha de gude, andar de carrinho de rolimã, soltar pipa são importantes para o desenvolvimento de qualquer criança.

Desde o advento da internet e dispositivos móveis com suas inteligências artificiais as coisas vem mudando cada vez mais rápido para que seria o mais lúdico da infância. Meus amigos que são pais costumam dizer que seus filhos já nasceram “com o celular na mão”.

Uma certa vez um professor me disse que essa tendência era tão natural quanto foi para a nossa deixar de lado a massinha de modelar pra assistir aos matinais da Globo. Mas como ter limites diante dessa overdose tecnológica que traz consigo muita informação e o melhor e pior dela? Quem não lembra de episódios como a febra da “baleia azul” e da “Momo”?

“Como educadora e mãe de dois filhos que já são adultos, a minha sugestão é que os pais estabeleçam limites no uso desses aparelhos. Nunca entendi bem por que uma criança que está na educação infantil precisa ter um celular de última geração! Agora, no momento em que a criança começa a ter outras atividades fora de casa além da escola e já tem alguma autonomia para andar sozinha, aí sim, o celular pode ser uma opção bastante útil para que elas possam manter os pais ou responsáveis informados”, comenta a professora e doutora em estudos linguísticos e pós-graduada em psicopedagogia. Maristela Gripp.

A especialista comenta ainda sobre como usar tecnologia para evitar lidar com as birras e problemáticas que envolvem o crescimento das crianças é uma armadilha perigosa. “Um ótimo parâmetro para os pais saberem como estipular o tempo de uso de celulares e outros aparelhos é se basear na idade da criança. Ou seja, quanto menor a criança, menos tempo de celular, mais atividades variadas e, se possível, ao ar livre, para enriquecer os sentidos, ver o que está acontecendo ao seu redor e participar disso”.

É preciso reavaliar se esse contato excessivo com a tecnologia é necessário para a criança ou uma demanda dos pais. Quantas vezes ao ar livre já vimos pais alheios enquanto suas crianças se distraem nos celulares ou tablets? Sabe-se que a insegurança que vivemos no Brasil limita muito da liberdade que já tivemos anos atrás para os nossos filhos, mas importante quando possível é aproveitar momentos assim ao máximo.

No final das contas pais e filhos precisam se ajustar aos novos tempos, que de fato nunca param de chegar. O segredo está no equilíbrio entre maneiras de desfrutar do tempo. Mas lembre-se de deixar outras opções de atividades para a criança fazer como jogos, livrinhos, caixa de lápis, massinha, papel, filmes, desenhos, artesanato, etc. Ter outras opções ajuda bastante e facilita a interação familiar.