Resíduos de plástico do fundo do mar viram tendência de matéria-prima

O lixo plástico que despejamos nos oceanos todos os dias é um dos maiores problemas que ameaçam gravemente o nosso planeta. O impacto é devastador e se nada for feito urgente, pode ser irreversível.

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Embora o cenário não seja dos melhores, ainda existem iniciativas que visam tentar diminuir ou pelo menos desacelerar os danos já causados. Um exemplo disso é a A Shorts Co., marca brasileira especializada em shorts e bermudas, que pretende lançar uma coleção feita de tecido sustentável. Para confeccionar as peças, serão utilizados resíduos de plástico coletados do fundo do mar. O lançamento está previsto para 2020.

Transformar esse tipo de poluição em matéria prima virou tendência de mercado. Pioneira na ação, a Adidas lançou um modelo de tênis feito a partir de plásticos retirado dos oceanos em 2017. Era para ser apenas uma linha promocional, que ajudasse a conscientizar o mundo sobre o perigo do impacto de embalagens e outros itens para o meio ambiente. Mas acabou se transformando em sucesso e vendendo milhões de unidades.

O material não atraiu a atenção apenas do mercado da moda.  Nesse mês (setembro), a HP lançou o HP Elite Dragonfly, o primeiro computador do mundo a usar plástico encontrado no mar em sua composição. A própria empresa admite que em um primeiro momento o material reciclado representa pequena porcentagem da máquina, mas faz parte da visão da empresa de incentivar a economia circular.

Destino: proteção ambiental

E se, ao invés de fabricar um produto, a ideia fosse convidar clientes para uma viagem relacionada ao plástico nos oceanos? Esse é o projeto do Airbnb, que em parceria com o Ocean Conservancy, está à procura de cinco voluntários para uma expedição de um mês à Antártida.

Não é uma experiência simplesmente de turismo.  A ideia é que os escolhidos participem de uma pesquisa de campo colhendo amostras de neve para descobrir até que ponto o plástico chegou ao interior do local mais remoto da Terra. Quais as consequências disso para o planeta e como é possível contribuir para a preservação do ambiente são as respostas que os participantes ajudarão a dar.

Para se candidatar, a pessoa deve ter mais de 18 anos e disponibilidade para viajar por um mês, de novembro a dezembro de 2019. Além do espírito aventureiro, curioso e voluntarioso, não é preciso ter nenhum tipo de formação específica. Mas é necessário falar inglês em nível de conversação.

A seleção final dos cinco cidadãos cientistas será anunciada em 30 de outubro – o programa está aberto a brasileiros e a pessoas de outros 33 países. Para se inscrever, basta acessar o site.  

Problema global

Segundo o Greenpeace UK, a cada ano são despejados nos oceanos cerca de 12,7 milhões de toneladas de plástico, desde garrafas e sacos até canudos. Dados divulgados pela ONU apontam que 80% de todo o lixo marinho é composto por plástico e a estimativa é que em 2050 a quantidade de resíduos do material na água supere a de peixes.